Tempo de Maxibeleza

Ricardo Allexxandhry | estudante de publicidade e expert em padrões de beleza e comportamento | contato: ricardoallexxandhry@ig.com.br

MULHERÃO COM PRAZO DE VALIDADE

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Se já não bastasse o tal padrão fitness com aquelas mulheres saradíssimas com barriga do He-Man e pernas do Rambo, agora, infelizmente, estamos diante da glamourização do bumbum falsificado. O que era ruim, ficou pior. É certo que o bumbum grande tá em alta, mas daí apelar para a propaganda enganosa já é demais.

Esse fenômeno só mostra que todas querem ser bootylicious, custe o que custar.

A siliconada Andressa Urach já foi um ícone desse padrão de beleza artificial. Seu caso serviu de alerta quando sofreu uma infecção generalizada em consequência de substâncias injetadas para inflar as coxas. O resultado foi tenso.

Vale lembrar que o Brasil é o campeão em colocação de próteses de silicone nos glúteos. Uma famosa dermatologista do país já revelou que rejeita, toda semana, pacientes que desejam fazer aplicação de hidrogel ou polimetilmetacrilato (PMMA) nas coxas ou nádegas. Mas, claro, depois do episódio trágico de Andressa, muitas procuram médicos sérios. Segundo um médico, as pacientes preferem preenchimentos ao silicone: a prótese dá um aspecto artificial, além de ser mais cara e ainda ter de trocar eventualmente.

Os quatro produtos que aumentam o volume  das nádegas e coxas são PMMA, ácido hialurônico, hidrogel e silicone líquido. Mas atenção: os dois últimos têm uso proibido pela Anvisa. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica não recomenda os preenchimentos. “Os tecidos ficam impregnados e é impossível removê-los”, diz o presidente da entidade.

Eu, particularmente, não concordo com nenhum desses preenchimentos ou métodos artificiais. Eu sei que alguns resultados ficam até convincentes, mas não dá. Meu negócio mesmo é o bumbum totalmente natural – ainda que flácido, com estrias e celulites. A mulher bem resolvida com a própria imagem ainda é a mais atraente.

A MUSA DE BIQUÍNI

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O anúncio estrelado pela plus size Ashley Graham na Sports Illustrated deu o que falar. Nele, Ashley aparece divando com um biquíni preto enquanto um homem cai atrás dela impactado por sua beleza. A marca Swimsuitsforall vem se especializando em retratar modelos exuberantes em campanhas marcantes.

A campanha da vez vem com a hashtag #curvesinbikinis. Sem dúvida, curvas combina com biquíni – especialmente com a Ashley Graham como garota-propaganda.

Mas não é de hoje que ela vem deixando a sua marca no mundo plus size. Em 2010, ela protagonizou uma propaganda da grife Lane Bryant que foi acusada injustamente por “mostrar de mais” o corpo. Ou seja, para a FOX e ABC, só as angels da Victoria’s Secret é que devem mostrar de mais os corpos “perfeitos”. Pra mim, nada supera as propagandas sensuais da marca Addition Elle. Nos videos da marca, Ashley aparece esbanjando sensualidade com coleções de lingeries de tirar o fôlego. Uma verdadeira musa plus size. Para os interessados, coloquem no YouTube o nome da marca pra vê-la no melhor estilo “mulher de verdade tem curvas”.

Como já era de se esperar, muitos trataram a campanha da Swimsuitsforall com o maior mimimi. As más línguas disseram que ela não tem nada de plus size (verdade, ela não é gordinha, mas mulherão!) e por isso, disvirtuava o movimento.

Ashley é um mulherão que merece o seu espaço no mercado consumidor. O mundo não é polarizado por magras e gordinhas, mas pelo meio termo que derruba o conceito da polarização. A Swimsuitsforall está promovendo a diversidade, e isso é uma boa notícia. Mulheres como ela são capazes de mudar a percepção da indústria da moda e, finalmente, abrir espaço para a diversidade de biotipos. Abaixo, o video da propaganda que ilustra este texto.

Link do video: http://tinyurl.com/pt94yhy

EXCESSO DE GOSTOSURA

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Quando pensamos em um calendário com belíssimas modelos plus size, logo vem à cabeça aquela reimaginação com gordinhas da edição memorável da Sports Illustrated. Eu até já comentei aqui sobre aquele trabalho marcante. A novidade é que esse ano surgiu o calendário do tipo “gordinhas também são supersexy e você deveria saber disso”. Eu sei, e quero já o meu exemplar!

O Kurves Calendar foi idealizado pela lindíssima Francie Maupin, mais conhecida como Miss Diva Kurves. Francie não é muito conhecida no cenário internacional – o que prova que esse mundo realmente não é perfeito. Mas, em Atlanta, nos EUA, ela é bastante conhecida por seus trabalhos como modelo plus size e como top maquiadora.

Francie vem ganhando fama desde 2006 quando desfilou suas curvas para revistas que não perdem a chance de ostentar mulheres curvilíneas. Sem dúvida, ela é um exemplo de gordinha curvilínea, linda e sensual. Francie é a melhor definição da “gordinha bem resolvida que esbanja sensualidade sem neuras”. Só ela bastava para estampar o calendário, mas decidiu reunir outros mulherões para criar o calendário mais hot do ano.

OK, o ano começou agora mas vai ser difícil desbancar o Kurves Calendar.

Não posso deixar de comentar também sobre a modelo Bertina Bailey. Ela divide a cena com Francie no calendário. Bertina chega no mesmo patamar de gostosura da outra, e poderia facilmente estampar o calendário sozinha apenas com suas curvas exuberantes. Mas Francie é mais engajada. Ela criou o calendário para provar que as gordinhas também podem ser sensualíssimas. Eu aprovei! Abaixo, o link do site dela com fotos, videos e sua própria coleção de roupas. Ela é um must no mundo plus size.

Link do site: http://www.missdivakurves.com/

A LAJE É SEXY

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A laje se tornou um reduto de mulheres sexy e com trajes mínimos. Quando pensamos na laje, logo vem no imaginário popular a periferia ou as classes C e D. Laje é um termo genérico que representa tudo isso. Com a ascensão cultural e econômica dos moradores da periferia, vem também o papel feminino nesse cenário.

Aí é que vem a parte mais excitante da história.

Elas vêm no melhor estilo bombshell da laje. Ou seja, biquíni minúsculo, pele bronzeada, piscininha (ou baldinho mesmo!), muito sol e sensualidade. O clima de praia urbana tá instalado. Os homens ficam só de camarote vendo essas musas deitadas de bruços sob sol escaldante. O negócio fica feio quando a patroa pega o carinha no flagra observando a vizinha curtindo a laje. Nessas horas, vale dizer que estava ali apenas pra conferir as tendências de biquínis desse verão – o difícil é colar!

O que fazer então quando se esbarra com uma dessas nas ruas? O jeito é levar um beliscão da patroa pra ver aquele corpão desfilando de shortinho com brilho, top com franjas, unhas de cor vibrante, óculos coloridos, cabelo cacheado e aquele rebolado incrível que quase para pra fazer o quadradinho de oito no primeiro som de funk que cruza a rua. Um beliscão não é nada.

Claro que os marmanjos não vão notar o estilo ostentação delas, vão apenas imaginar aquele corpão totalmente despido. A verdade é que o estilo das garotas da periferia merece mais atenção, até mesmo por parte da grande mídia. Esse lifestyle já é visto em novelas e programas de TV – mas ainda não é o suficiente.

Outra coisa que dá orgulho de ver é a autoestima dessas mulheres que se vestem para causar. Mesmo com barriguinha saliente, flacidez ou qualquer outro “defeito”, elas não estão nem aí e querem mesmo é celebrar o Estilo Ném. O que significa nem aí para os padrões de beleza vigente ou até mesmo para aquilo que se considera vulgaridade. A figura da periguete vai na contramão desses valores preestabelecidos. Quentes como a estação de verão, elas fazem arder a imaginação e incendeiam tudo a sua volta.

Do mulherão de biquíni da laje às “novinhas” dançando funk no YouTube, o estilo sensual delas veio pra ficar. Um cenário perfeito para o tipo mulherão mostrar todos os seus atributos irresistíveis. Viva o estilo laje!

A CELEBRAÇÃO DA DIVERSIDADE

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Victoria Janashvili é uma das fotógrafas mais admiradas do movimento plus size. Ela divulgou mais um ensaio incrível que celebra a diversidade do corpo feminino. Na verdade, as fotos fazem parte de um livro de fotografia que ela pretende lançar através dos recursos arrecadados pelo site Kickstarter. Só espero que ela consiga concretizar esse projeto porque as imagens estão deslumbrantes – imagine o livro todo!

A russa Marina Bulatkina e a (lindíssima!) americana Denise Bidot protagonizam o ensaio divulgado na web. Elas aparecem parcial ou totalmente despidas nas fotos. A pintura corporal enfatizada no ensaio, dá um tom sóbrio e bastante significativo ao ensaio. A visão feminina da fotógrafa prioriza mais a beleza do corpo do que qualquer sensualidade simplória.

Ela se mostrou apaixonada pelo o que faz: “apesar do tamanho da americana comum ser 42, nossa sociedade continua a estabelecer estereótipos como padrões quando se trata da imagem real do corpo feminino. Esse é o motivo pelo qual eu passei anos da minha vida fazendo fotos de diferentes tipos de modelos e tomando parte de numerosas campanhas de ‘consciência da imagem corporal’ que se tornaram virais e suscitaram muitos debates. Através do meu livro, eu gostaria de continuar a espalhar essa missão e quebrar os estereótipos sociais, para que possamos ajudar as mulheres a se sentirem mais confiantes na própria pele”.

O mundo precisa de mais mulheres assim!

Quem ainda não conhece o trabalho dela, é só jogar no Google o nome dela e ver as imagens. Não à toa, muitas imagens já nasceram icônicas, o que comprova, assim, o talento irrefutável da fotógrafa. Abaixo, o link da campanha do livro dela. Vale a pena conferir as imagens e dá play no video que mostra os bastidores do ensaio.

Link do projeto: http://tinyurl.com/od6kaaj

O SEXO É O NOVO ROMANCE

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Achei legal um artigo publicado no portal FFW falando sobre a onda da sensualização a que passamos atualmente. O autor ficou com a impressão que o amor romântico, idealizado, impossível tá meio over, o negócio agora é sensualizar de vez. Ser (ou parecer) sexy é a nova atitude para chamar a atenção do outro. O arquétipo da Cinderela parece que não desperta mais fascínio; elas querem mesmo bancar a femme fatale.

A sensualidade já domina a moda, arte, livros e entretenimento. O sucesso de romances apimentados como CINQUENTA TONS DE CINZA e JULIETTE SOCIETY confirma essa tendência. O príncipe encantado agora curte fetichismo e explora novos prazeres com a sua companheira.

O mundo despertou de vez para o fetiche.

O artigo lembrou que os tops curtos eram encarados como vulgares, mas hoje domina o cenário urbano. A peça se tornou basicamente um novo clássico. O mesmo fenômeno ocorreu com o lifestyle pregado pelas academias: leggings e recortes ousados ganharam as ruas e todas agora querem posar de fit girl.

Claro que o corpo ocupa uma posição fundamental nessa nova abordagem. O tipo mulherão, com bumbum grande e curvas acentuadas, é o novo must have da mulherada. Só assim para explicar a profusão de selfies mostrando corpos em forma no Instagram. Sem falar da belfie (a foto do bumbum) que já domina o perfil de muitas usuárias.

O corpão virou extensão do look.

A própria Vogue decretou: “we’re officially in the era of the big booty”. Vivemos a década do bumbum grande e nada melhor do que fazer twerking para celebrar essa tendência. Nesse novo cenário, todos querem ser sexy e desejados o tempo todo – ainda que seja só por uma foto mais sensual postada no Instagram. O sexo é o novo romance.

O EFEITO KARDASHIAN

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Eu resolvi falar de novo da Kim Kardashian. Sim, porque fiquei indignado com a enxurrada de críticas à nudez dela. Então criaram uma norma que diz que uma socialite não pode mostrar o bumbum, é isso? Ou pior: mulher que tem bumbum grande não deve mostrá-lo? Eu sei que muita gente (especialmente puritanos e feministas ferozes) trata a nudez como se fosse algo inadmissível, ultrajante e até mesmo obsceno.

A nudez não é uma coisa obscena, e sim a vulgaridade.

As pessoas precisam parar de confundir as coisas. Não há uma centelha de vulgaridade na imagem de nu dela. O que vi, isso sim, foi uma mulher bonita mostrando o seu derrière avantajado. Se fosse o contrário, uma angel da Victoria’s Secret posando nua para uma campanha, todos aprovariam o “corpo perfeito” dela. O bumbum mínimo da angel seria idolatrado.

Mas Kim é rotulada de fútil, de celebridade vazia, ou até mesmo, um guilty pleasure. Pra quem não sabe, guilty pleasure é tudo aquilo de que temos vergonha de admitir que gostamos – um prazer inconfessável. A lista de prazeres proibidos é composta de certos filmes, programas, músicas e produtos. O bumbum grande deve fazer parte dessa lista.

Esse termo existe, mas eu não concordo com ele. E daí se eu gosto da Kim Kardashian? Acho que as pessoas são livres pra gostar do que bem entenderem. Chega de inventar culpa ou vergonha pra tudo!

Outra coisa importantíssima que foi deixado de lado pelas pessoas, é a mensagem política que um corpo nu carrega. As iranianas já ficaram nuas em prol de uma causa, as feministas do Femen, artistas, celebridades... o corpo é um campo de batalha.

 E aí, muita gente deve tá se perguntando: qual a mensagem do corpo nu de uma socialite “fútil”? Se os haters pensassem de maneira mais racional, iam entender, sobretudo, que o bumbum grande é um dos símbolos máximos da diversidade da beleza. Kim é uma peça importante desse movimento porque tem um inegável poder de influência.

Possivelmente, o que é de se espantar, pessoas ligadas ao movimento plus size também devem ter criticado a “pouca vergonha” do bumbum de fora dela. Alô, gordinha! Você também é rotulada de guilty pleasure. Menos culpa, por favor!